Para os idosos, uma casa inteligente pode ser sinônimo de maior liberdade
Embora não seja a solução para todos os
problemas, as novas tecnologias podem favorecer a permanência de idosos em suas
próprias casas trazendo a promessa de maior autonomia e segurança por um
período mais longo.
Todas as instituições que cuidam de
idosos, na melhor das hipóteses, tem alguma falha, e quanto mais próximas da
perfeição, mais inacessíveis economicamente. Ainda assim, mesmo que a família
disponha de recursos para manter seus idosos numa instituição dessas, a
carência afetiva ainda será uma realidade. Alguns estudos indicam que
envelhecer em sua própria residência trás notáveis benefícios para a saúde, em
comparação com a manutenção do idoso em instituições específicas,
principalmente com relação à capacidade cognitiva (percepção, memória,
raciocínio) e índices de depressão.
Alguns dispositivos isolados são grandes promessas para aumentar
a segurança e a qualidade de vida de idosos, porém, quando pensamos em casa
inteligente, todos estes equipamentos devem ser integrados num único projeto,
aumentando as possibilidades de controle e monitoria. A grande questão é que
não existe um sistema ideal de controle (problema comum a todos os grupos
etários) e selecionar um dispositivo de fácil interface para operar a
inteligência da casa é um feito difícil para quem não conhece todo o mercado de
tecnologia.
Mesmo o HomeKit da Apple, que promete conectar vários produtos
diferentes, requer baixar e instalar um aplicativo do fabricante para cada
aparelho ou dispositivo, o que pode ser grande complicador para usuários não
aptos com tecnologia. Para um idoso, essa dificuldade pode ser mais do que um
aborrecimento, pode significar uma barreira à sua utilização. Os
desenvolvedores de produtos para a terceira idade devem se concentrar na
simplicidade, em vez de personalização, é necessário ter um aplicativo de fácil
utilização, o que será um diferencial.
A evolução tecnológica busca a situação perfeita, onde os
hardwares e sensores se comuniquem e atuem sem a interferência do usuário. Neste
cenário, o ideal seria que o dispositivo pudesse ser acionado pelo comando de
voz, trazendo maior conforto à maioria das pessoas, sendo um grande diferencial.
Mesmo com residências inteligentes, os idosos ainda exigem
dedicação dos profissionais da área de saúde, sejam médicos ou cuidadores. Com
o objetivo de diminuir esta dependência, alguns pesquisadores na Europa e no
Japão estão desenvolvendo robôs cuidadores, para auxiliar no trato com as
populações que estão envelhecendo rapidamente.
A conectividade entre os sensores, as informações e as ações produzidas é o que realmente se espera dos robôs cuidadores. Estes robôs nunca poderão substituir o contato humano, mas mesmo médicos céticos concordam que a utilização destes equipamentos podem fazer a diferença na vida de seus pacientes, visto que, estudos comprovam que a conversa diária, ainda que on-line, pode diminuir o declínio cognitivo.
Numa visão mais futurista, já estão em desenvolvimento
tecnologias de controle telepático e auxílio a movimentos, que possibilitariam,
por exemplo, tornar real a abertura da porta da geladeira através do
pensamento. Enquanto isso não acontece, nos cabe observar a ascensão da casa
inteligente, e junto com ela, dos dispositivos de conectividade e sensores que
irão acompanhar o envelhecimento acelerado da nossa população.
Fonte: Texto adaptado, original de Bryn Huntpalmer, editor, Modernize
Network World | May 20, 2016 11:02 AM PT
Fotos: Gettyimages, Network World e Technocrazed